Em geral, são líderes carismáticos e nem sempre autoritários. Em discussão no Brasil e na Colômbia, a reeleição consecutiva
O maior exemplo de busca da perpetuação no poder na América do sul, é o venezuelano Hugo Chávez, que em 2007, tentou mudar a Constituição para conquistar o direito de reeleger-se indefinidamente. Derrotado, insistiu na iniciativa e em fevereiro deste ano, conseguiu a vitória. Assim como na Venezuela, também a Colômbia não conhece hoje um político tão popular quanto seu presidente, Álvaro Uribe. Na semana passada, o Senado deu sinal verde para um plebiscito que pode dar a ele a chance de disputar o Executivo pela terceira vez consecutiva.
Segundo especialistas, o modelo parlamentarista não deve ser usado como parâmetro nos debates sobre reeleições consecutivas em países com regime presidencialista. Rodolfo Teixeira, professor de ciência política da Universidade de Brasília, afirma que se no parlamentarismo quem verdadeiramente manda é o Congresso, cuja composição define o perfil do premiê, no presidencialismo o comando é concentrado na figura do chefe de Estado, eleito diretamente. Ele acredita que existe um risco maior de que o presidente possa se perpetuar.
"Essa lógica do terceiro mandato é mais uma questão de jogo de poder na esfera política que uma discussão para levar melhorias ao país. Isso demonstra a dificuldade que os partidos no poder têm de aceitar o sistema democrático onde há transição para grupos diferentes", afirma Teixeira.
Os países que aprovaram a possibilidade de eleições ilimitadas para presidente vivem realidades distintas. Enquanto na Venezuela Chávez mantém alta popularidade, em Uganda, onde a medida entrou em vigor em 2005, sondagens mostram que boa parte dos cidadãos já deseja uma volta à regra anterior.
Os países que aprovaram a possibilidade de eleições ilimitadas para presidente vivem realidades distintas. Enquanto na Venezuela Chávez mantém alta popularidade, em Uganda, onde a medida entrou em vigor em 2005, sondagens mostram que boa parte dos cidadãos já deseja uma volta à regra anterior.